Biografia - Tina Vitta: Tina Vitta foi uma atriz, bailarina, cantora, concertista, datilografa, oficial judiciária, radio-atriz e dubladora nascida em 26 de Março de 1909 em São Paulo, capital. Filha dos emigrantes italianos José Vitta (1872-1939), um comerciante e auxiliar da Companhia Commercial Constructora de São Paulo e Marietta Vitta (1878-1953), comerciante e dona de casa, e irmã de Eduardo Vita (1905-1957), que seguiu os passos do pai e foi comerciante durante toda a vida. Seus pais se casaram em 1900 na Itália e em 1905 decidiram emigrar com a família para São Paulo. Seu irmão nasceu em 24 de Abril de 1906. Seus pais sentindo saudades da mãe pátria, decidiram viajar para a Itália e levaram-na, ainda criança. Lá, teve a oportunidade de apresentou-se na companhia teatral de Clara Della Guardia, célebre artista dramática do teatro italiano. Notando que a jovem Tina tinha inclinação para a arte de representar, a conhecida atriz ministrou algumas aulas e lições à ela. Um fato curioso sobre essa viagem pela Itália, é que, enquanto brincava em um parque, aos cuidados de sua babá, um casal de ciganos quase tentou raptá-la. Felizmente, sua babá notou a tempo e conseguiu pegá-la de volta com auxilio da polícia. Seu primeiro papel foi como Totó na peça Zazá de P. Berton e Ch. Simon. Já no Brasil, foi pela companhia Filo Dramática Italiana que alcançou maior sucesso no teatro, interpretando diversas peças do repertório italiano e francês sob a direção de Jorge Lambertini. Seus pais nunca se opuseram aos seus anelos artísticos, sempre apoiando e admirando o talento da jovem filha. Se muda para o Rio de Janeiro com a mãe e o irmão no início da década de 20. Entra para uma escola de canto em Janeiro de 1925 e em 28 Março do mesmo ano faz sua primeira apresentação em um palco e dando início à sua carreira artística. Iniciou sua jornada no rádio em 26 Maio, fazendo audição de canto organizada pelo maestro Sylvio Pergille, diretor da Escola de Canto do Teatro Municipal, no qual tomaram parte vários artistas e os alunos de classe de aperfeiçoamento, após o incentivo de vários amigos e da mãe. Esse concerto realizou-se no Teatro Municipal e foi transmitido pela Rádio Clube do Brasil, onde a rádio havia instalado os respectivos aparelhos transmissores. Apresentou o terceto ‘Matrimonio Segreto’ junto das senhoras Dolores Belchior e Bianca Cardoso. No mês seguinte, debutou na Rádio Sociedade do Rio de Janeiro como cantora lírica, ganhando o cachê de trinta mil cruzeiros por audição. Após diversas apresentações cantando no rádio e no teatro, em 1926 viajou para a Itália, em busca de familiares e para apresentações de canto. Foi uma das poucas atrizes brasileiras que fez sucesso em palcos italianos na época. Regressa ao Brasil no final do ano e inicia aulas de ballet na recém criada Escola de Danças Clássicas da famosa bailarina russa Maria Olenewa. O objetivo da criação da escola era possibilitar a futura organização de um corpo de baile para atuar nas temporadas líricas do Teatro Municipal, essa instituição existe até hoje. Foi primeira bailarina de um conjunto dirigido por Maria, no Teatro Municipal em 1927, quando se criou a Escola de Dança no Teatro Municipal. Chegou a fazer parte de alguns espetáculos, brilhando bastante na arte coreográfica. Entretanto, depois de muitos empecilhos criados por sua mãe, que a desejava uma cantora lírica e em vista dos ensaios exaustivos e da deficiente remuneração, abandona a dança para aceder ao pedido da mãe e dedica-se ao bel-canto, fazendo seus estudos com um professor, disposto a torná-la uma das grandes vozes do cenário artístico brasileiro. Dispunha de uma voz agradável, cantando com expressão e que poderia ser uma das nossas boas cantoras, cultivando continuamente os seus dotes naturais. Incentivada pelo mestre e persistente nos estudos, muito antes do que espetava, Tina viu-se apta a interpretar as paginas seletas da musica através do microfone da Rádio Sociedade. Depois vieram os recitais em algumas sociedades. A respeito dos mesmos, manifestaram-se as figuras mais destacadas da critica, como Oscar Guanabarino, José Cândido de Andrade Muricy e outros, sempre elogiando e dando destaque à jovem Tina. Em 1931, ingressou na carreira de datilografa no Tribunal Superior do Trabalho, onde permaneceu trabalhando na área até meados de 1966. No ano seguinte, conhece um cantor de tango nos estúdios Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, onde realizava trechos de operetas e interpretava canções. Logo ficaram noivos, porém, por azar do destino, em 1934 ele acabou falecendo, causando-lhe um profundo abalo emocional e nunca mais quis saber de cantar, fazendo sua última apresentação em 11 de Agosto de 1934 em um recital. Após quatro anos longe dos palcos e das estações de rádio e apenas trabalhando em tribunais, em 1938, foi convidada por Mafra Filho, que naquele época, juntamente com Sady Cabral, dirigiam o rádio-teatro do Programa Casé, na rádio Mayrink Veiga, para tomar parte dos espetáculos daquele programa, regressando assim ao rádio. Entrou no rádio, pois era a única maneira de dar expansão a sua vocação artística e pelos palcos (naquela época as grandes estações de rádio possuíam estúdios de programas com plateias ao vivo) e a atuação serem suas grandes paixões na vida. Posteriormente, em 1943, foi contratada para o elenco de rádio teatro da Rádio Tupi e, no mesmo ano, ingressando na rádio Tamoio. Em 1944 é contratada pela Rádio Globo, onde ela obteve enorme projeção nas rádio novelas. Obteve tanto sucesso, que em 1945, quando um representante da MGM veio ao Brasil atrás de contratar excelentes atores para realizarem dublagem em Nova York, Tina foi uma das principais personalidades convidadas, junto de, Paulo Gracindo, Saint Clair Lopes, Lídia Matos e Sarah Nobre. Além de realizar dublagem nos Estados Unidos, ela iria trabalhar em estações de rádio norte americanos por pelo menos seis meses. Ela teve que negar o convite por ser funcionária pública e não ter licença para trabalhar seis meses fora do país, se arrependendo amargamente de negar tal convite e não conhecer um dos maiores países do mundo, segundo ela mesma. Recebeu diversas propostas para trabalhar no cinema, mas nunca se considerou uma pessoa fotogênica ou bonita demais para aparecer nas telas de cinema, assim, recusou todas as ofertas que recebeu e sempre se manteve nos meios radiofônicos. Na tarde de 21 Setembro de 1970, segunda-feira, foi internada na Casa da Saúde Santa Maria, onde ficou no local por quatro dias. Depois, seu estado de saúde se agravou muito e foi transferida para o Hospital dos Servidores. Amélia de Oliveira, sua colega na Rádio Nacional, foi a última pessoa a ter contato com ela e explicou que tudo aconteceu muito de repente. No sábado (19) haviam ido almoçar e ao cinema e sua saúde estava ótima, sabia que estava doente, mas não avaliava a gravidade do próprio estado. E na segunda-feira pela manhã, Tina a telefonou dizendo que não estava se sentindo bem e iria ser internada. Após muita luta, às 3 horas do dia 26 de Setembro, Tina Vita morreu. Logo pela manhã, foi realizada uma autópsia em seu corpo e foi revelada que a causa da morte foi por leucemia generalizada. Seu corpo foi velado na Capela Real Grandeza, em Botafogo. O enterro foi realizado no mesmo dia, às 17 horas no Cemitério São João Batista. Compareceram vários companheiros da velha-guarda radiofônica. Tina morreu sozinha, sem a assistência de parentes diretos e seu corpo foi velado por uma prima distante que morava em Curitiba. Morava na Rua Benjamin Constant nº 61 apt 703, 7º andar no bairro Glória, Zona Sul do Rio de Janeiro. Por não haver interesse de nenhum parente e não ter feito um testamento, seu apartamento foi levado a leilão judicial em Fevereiro de 1971. Tina foi uma pessoa cheia de vontade de viver, sempre gostou de seus trabalhos e aproveitava cada dia de sua vida com alegria, segundo seus colegas. Fontes:Correio da Manhã; Jornal do Brasil;
Diário da Noite; Revista da Semana...
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Leonardo ForliRadialista e fanático pelo mundo Disney. Histórico
Junho 2022
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